Fundibulário

  Quando eu tinha dez anos e vivia em Vila Real, morava defronte de um procurador de causas, que tinha um filho da minha idade, menino sisudo e galante. Se eu o convidava a apedrejar algum transeunte, Leonardo recusava-se a esta camaradagem ignóbil, e escondia-se para não dar suspeitas de cumplicidade nas travessuras de fundibulário.... Continue Reading →

Camilo em Guimarães

Guimarães é presença recorrente na obra de Camilo Castelo Branco. O escritor de Seide conhecia bem o velho burgo, que utilizou como pano de fundo de várias das suas obras. E aqui tinha “um amigo, como usam raramente ser os irmãos”, Francisco Martins Sarmento, que visitava de quando em quando. A primeira notícia da presença... Continue Reading →

A Citânia de Briteiros

Em 1862, Camilo Castelo Branco publicou as suas Memórias do Cárcere, em que relata a sua passagem pela Cadeia da Relação do Porto, onde esteve preso por adultério. No Discurso Preliminar desta obra em dois volumes, Camilo descreve os dias anteriores à prisão e a sua passagem por Guimarães, onde, escreve, "procurei o conhecido, e achei um amigo,... Continue Reading →

Livros na prisão

Antes de contar como passei a primeira noite de cárcere, perdi-me logo, como, em divagações, que o leitor, já afeito com o meu génio, aceita com benevolência. Às nove horas da noite, os guardas correram os ferrolhos, e rodaram a chave da pesada porta do meu cubículo, a qual rangia estrondosamente nos gonzos. Estava sozinho.... Continue Reading →

O beijo, nas Memórias do Cárcere

Sou tão avesso, e tamanho asco tenho a beijos, como aquele frade da mesa censória, que mandava riscar beijo, e escrever ósculo. Os teólogos casuístas, e nomeadamente S. Afonso Maria de Ligório, conjuram unânimes contra o beijo, inscrevendo-o no catálogo das desonestidades. Não digo tanto. Entendo que beijo pode ser acto inocente, mas não pode ser nunca limpo e... Continue Reading →

Comemoração dos 150 anos da 1ª edição Memórias do Cárcere

As “Memórias do Cárcere” de Camilo Castelo Branco foram editadas em 2 vols. pela Viúva Moré (1862), situam-se na fase de maturidade e de fecunda produtividade do escritor, obrigado pelas urgência de acudir ao sustento da sua nova família: Ana Plácido e o filhinho Manuel Plácido. Foram “escritas em [40 dias] na convalescença duma grande... Continue Reading →

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