O Segredo de salvar-me

Quem há aí que possa o cálix De meus lábios apartar? Quem, nesta vida de penas, Poderá mudar as cenas Que ninguém pôde mudar ? Quem possui na alma o segredo De salvar-me pelo amor? Quem me dará gota de água Nesta angustiosa frágua De um deserto abrasador? Se alguém existe na terra Que tanto possa, és tu só! Tu só, mulher, que eu adoro, Quando a Deus... Continue Reading →

Camilo e o Dia Mundial do Livro

  Conheci Augusto Soromenho muito infeliz nos mais florescentes em que o gear da desgraça requeima as flores. Ele não tinha flores, nem bifes, nem fraques. Era escrevente em um escritório de barreiras, recebia doze escassos vinténs por dia, desvelava as noites lendo de empréstimo livros obsoletos; e, nas horas feriadas ao seu emprego quotidiano,... Continue Reading →

Poesia

"Aqui está o que de mim fez a poesia, até à hora em que ela se me converteu em vida inteira do coração." Camilo Castelo Branco in Ao Anoitecer da Vida (1874)

Gil Vicente

"Descobri o sítio onde ele nasceu em Guimarães. Já o disse ao País em uma novela, e ninguém fez caso disso. El-rei não me deu o hábito de Santiago, que eu tinha de olho. Também eu desisti, por vingança, de fazer saber a el-rei e ao País onde nasceu Manuel Mendes Enxúndia. Dos peitos nobres... Continue Reading →

Os Amigos

Amigos cento e dez, e talvez mais, Eu já contei. Vaidades que eu sentia! Supus que sobre a terra não havia Mais ditoso mortal entre os mortais. Amigos cento e dez, tão serviçais, Tão zelosos das leis da cortesia, Que eu já farto de os ver, me escapulia Às suas curvaturas vertebrais. Um dia adoeci... Continue Reading →

Salve, Rei!

Salve, Rei!, poesia de Camilo Castelo Branco dedicada ao rei Dom Miguel I ELUCIDAÇÃO Em 1911, quando faziamos ainda parte da redacção da Nação, reproduzimos naquelle periodico, n.o 15.255, de 13 de Outubro, a poesia “Salve, Rei!”, de Camillo Castello Branco, de que mandámos tirar uma separata, de 32 exemplares numerados, sendo 3 em papel... Continue Reading →

O teu livro

Um livro, anjo do céu, quero ofertar-to, Não rico d’instrução; pomposo e altivo De sentimento, sim! – Filho dest’alma, Nasceu-me entre gemidos, e martírios, E lágrimas de fel... Mal sabes quanto De profundo sofrer m’inspira os hinos Que ali dispersos vês nas pobres páginas, Tão pobres para ti, pérola augusta Da coroa do Senhor!... Mal... Continue Reading →

Soneto camiliano

Uma impressão original em cetim vermelho com um dos sonetos que Camilo Castelo Branco dedicou à prima-dona Laura Geordano, aquando da sua visita ao Porto em 1854, foi vendida por 950 euros à Biblioteca Nacional, durante o leilão da semana passada em Lisboa.

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